O Estádio do Dragão e o Parque de São Roque foram os locais escolhidos para mais uma edição do "Roteiros com ImPacto". A iniciativa, que decorreu no passado dia 8 de novembro, destacou o compromisso em gerir infraestruturas com grande relevância na cidade e com práticas sustentáveis e soluções inovadoras, que reduzem a pegada carbónica, melhoram a qualidade de vida urbana e contribuem para um futuro mais sustentável.
O vice-presidente deu as boas-vindas aos participantes, na entrada do Museu do Futebol Clube do Porto. "A ambição do Município do Porto rumo à neutralidade carbónica só é possível se acompanhada por um grupo de stakeholders muito comprometidos, ativos e dinâmicos como acontece no Pacto do Porto para o Clima. Hoje, temos um exemplo excelente da implementação de soluções sustentáveis, do que melhor se faz na gestão de infraestruturas desportivas", afirmou Filipe Araújo.
Estádio do Dragão: do desporto à preocupação ambiental
Contruído entre 2002 e 2004 e com uma capacidade para 50 mil espectadores, o Estádio do Dragão é uma referência arquitetónica, inserida no ambiente urbano e que incorpora tecnologias inovadoras. Acompanhados por Teresa Santos, responsável de sustentabilidade, Ricardo Carvalho, diretor de infraestruturas, e Tiago Gouveia, diretor de marketing, os participantes puderam ficar a conhecer todos os detalhes de sustentabilidade do estádio.
Ao longo do percurso foi possível destacar algumas das tecnologias que são aplicadas e produzem efeitos muito positivos, desde a implementação de fibras hídricas no relvado do estádio, com função de proteção e drenagem de água, como também a preocupação na redução do consumo energético e da otimização na gestão hídrica.
O compromisso com a sustentabilidade e a redução carbónica vai mais além e reflete-se com a microprodução de energia e a criação de duas Comunidades de Energia Renovável que contemplam não só o Estádio, mas também o Centro de Treinos do Olival, cujo autoconsumo foi de 60% em agosto deste ano. Uma das métricas assumidas, no âmbito da responsabilidade sustentável, é a procura de utilização de LED e a aquisição de equipamentos mais eficientes e mais amigos do ambiente. Teresa Santos, desvendou ainda a Central de Resíduos existente no estádio e as várias políticas implementadas, desde a reciclagem ao aproveitamento de materiais, incluindo a utilização de copos reutilizáveis por parte dos adeptos.
Em relação à pegada carbónica do FC Porto existem ainda alguns desafios, tais como a mobilidade dos adeptos, que constitui o maior impacto ambiental. Neste aspeto, estão a ser envidados vários esforços com base no projeto europeu Gemini, em parceria com o Município do Porto, através da Porto Digital, com a PSP, Metro do Porto e STCP para encontrar soluções e promover um maior uso de transportes públicos.
Parque de São Roque: do património à arquitetura paisagística
O Parque de São Roque, localizado na zona oriental da cidade, faz parte de um corredor verde contínuo que engloba o Parque da Alameda de Cartes, a Praça Francisco Sá Carneiro e a Praça da Corujeira. Este local de excelência é um exemplo notável de como os espaços urbanos podem ser revitalizados de forma sustentável.
Inicialmente, o espaço fazia parte da antiga Quinta da Bela Vista, cuja aquisição foi feita pela Câmara Municipal do Porto, em 1979, e, desde então, tem sofrido várias expansões, tanto por cedências de outros terrenos, como por aquisições. Esta visita, seguiu-se à do Estádio do Dragão e contou com a apresentação e orientação de José Franco e Celeste Robalo, do Departamento Municipal de Espaços Verdes do Município, que explicaram as diferentes adaptações feitas no terreno, de forma a melhorar a drenagem de águas e garantir a segurança e comodidade dos seus utilizadores.
O parque encontra-se dividido em patamares e oferece uma variedade de espaços, como áreas de lazer e de descanso, miradouros, lagos e zonas de retenção para evitar cheias. Aqui podem ser observadas espécies únicas autóctones, desde sobreiros, carvalhos, castanheiros e também eucaliptos. Durante o passeio, os participantes puderam observar algumas árvores que foram plantadas, no âmbito do Pacto do Porto para o Clima, pelos seus subscritores, na recente expansão de 1,2 hectares de área verde de acesso público que teve lugar em 2021.
A visita ao Parque de São Roque culminou na descoberta de espaços únicos que combinam a arte, a natureza, a cultura e a sustentabilidade numa grande harmonia. O passeio terminou junto à Casa São Roque e permitiu destacar um espaço com uma beleza única e inconfundível.
Próximos Roteiros para conhecer a sustentabilidade no Porto
Este foi o terceiro encontro dos "Roteiros com ImPacto", que visa aproximar a população das iniciativas implementadas pelo Município e pelos seus parceiros rumo à neutralidade carbónica até 2030.
As inscrições podem ser feitas através do preenchimento de um formulário. O próximo é no dia 21 de novembro e passa pela Escola do Falcão, Horta da Oliveira e o Parque Alameda de Cartes.